quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A vida a alta velocidade.


Se eu disser que a minha vida, neste momento, se assemelha ao que está presente nesta imagem, isto é, um comboio de alta velocidade, vai soar muito cliché, não vai? Pois, mas é que não há forma de contornar a questão: a minha vida parece mesmo um comboio de alta velocidade. Ao contrário da vida deste blog...

A verdade é que me falta tempo para escrever. A verdade, também, é que outras vezes não me apetece escrever, de todo. E eu só escrevo quando me apetece, é uma das regras que faço questão de manter, no matter what. O problema surge quando, nas vezes em que me apetece – e eu, que tenho tanta coisa para dizer, tanta coisa que quero partilhar -, ou adormeço em frente ao computador devido ao cansaço (o que é bem mais frequente do que aquilo que se possa, à partida, julgar), ou.... bem, ou adormeço devido ao cansaço. 

Estes meses têm sido, de facto, preenchidos. E isso é bom. No computo geral, é verdadeiramente bom. Conhecendo-me como conheço – e há coisas que não mudam – sei que não conseguiria ser de outra forma. Felizmente, tenho trabalho, muito trabalho, e um trabalho de que gosto, que me faz feliz e que me realiza. Não é sempre fácil – de todo. Neste momento, posso dizer que o meu estado de cansaço (já escrevi várias vezes cansaço, não já?) se assemelha... Não sei, devo estar tão cansada que nem consigo arranjar comparação, ahaha. 

E esta coisa de andar sempre a mil, numa agitação constante, tem muito de bom, mas não são só rosas. Por um lado, faz-me sentir bem comigo própria, faz-me sentir bem por saber que estou a chegar aos outros, que estou a ser útil e, mais do que isso, agradavelmente útil. Faz-me sentir que sou capaz, que estou saudável e com energia, que estou a fazê-lo por mim e por tantas mais pessoas. Confesso: faz-me, também, afastar alguns medos e pensamentos cíclicos e viciosos, que a minha ansiedade faz questão de trazer consigo, e dos quais já tanto falei aqui. Mas, por outro lado, é preciso ser forte e ter a força suficiente para conseguir – ou tentar, o melhor possível – gerir tudo. Gerir a agitação e a rotina do dia-a-dia, a vida social – que faço questão de manter, sempre, mesmo que a minha vida social, às vezes, seja só “ir beber um café de 10 minutos”. E que bom que é. Gerir, também, os fins de semana, que, este ano, passaram a ter um novo significado para mim. E tanto, tanto mais.

Isto de querer chegar a todo o lado é muito bom, que é... Mentira, às vezes não é. Eu sou assim (mais um cliché, mas é assim mesmo), sei que não conseguiria ser diferente, mas... Há limites. Limites que consistem, simplesmente, em saber que não somos perfeitos, que não podemos fazer sempre o melhor – desde que tentemos procurá-lo -, saber que a vida “não acaba aqui” e que o melhor de hoje pode não ser o melhor de amanhã. E, sobretudo, que temos tempo. Temos de o ter. 

E, dito tudo isto.... Estou a precisar de férias. Está quase. E sim, às vezes penso “vou largar tudo e vender águas de coco na praia”.
Teresa