Se eu disser que a minha vida, neste momento,
se assemelha ao que está presente nesta imagem, isto é, um comboio de alta
velocidade, vai soar muito cliché,
não vai? Pois, mas é que não há forma de contornar a questão: a minha vida
parece mesmo um comboio de alta velocidade. Ao contrário da vida deste blog...
A verdade é que me falta tempo para escrever.
A verdade, também, é que outras vezes não me apetece escrever, de todo. E eu só
escrevo quando me apetece, é uma das regras
que faço questão de manter, no matter
what. O problema surge quando, nas vezes em que me apetece – e eu, que
tenho tanta coisa para dizer, tanta coisa que quero partilhar -, ou adormeço em
frente ao computador devido ao cansaço (o que é bem mais frequente do que
aquilo que se possa, à partida, julgar), ou.... bem, ou adormeço devido ao
cansaço.
Estes meses têm sido, de facto, preenchidos.
E isso é bom. No computo geral, é verdadeiramente bom. Conhecendo-me como
conheço – e há coisas que não mudam – sei que não conseguiria ser de outra forma.
Felizmente, tenho trabalho, muito trabalho, e um trabalho de que gosto, que me
faz feliz e que me realiza. Não é sempre fácil – de todo. Neste momento, posso
dizer que o meu estado de cansaço (já escrevi várias vezes cansaço, não já?) se
assemelha... Não sei, devo estar tão cansada que nem consigo arranjar
comparação, ahaha.
E esta coisa de andar sempre a mil, numa agitação constante, tem
muito de bom, mas não são só rosas. Por um lado, faz-me sentir bem comigo
própria, faz-me sentir bem por saber que estou a chegar aos outros, que estou a
ser útil e, mais do que isso, agradavelmente útil. Faz-me sentir que sou capaz,
que estou saudável e com energia, que estou a fazê-lo por mim e por tantas mais
pessoas. Confesso: faz-me, também, afastar alguns medos e pensamentos cíclicos
e viciosos, que a minha ansiedade faz questão de trazer consigo, e dos quais já
tanto falei aqui. Mas, por outro lado, é preciso ser forte e ter a força
suficiente para conseguir – ou tentar, o melhor possível – gerir tudo. Gerir a
agitação e a rotina do dia-a-dia, a vida social – que faço questão de manter,
sempre, mesmo que a minha vida social, às vezes, seja só “ir beber um café de
10 minutos”. E que bom que é. Gerir, também, os fins de semana, que, este ano,
passaram a ter um novo significado para mim. E tanto, tanto mais.
Isto de querer chegar a todo o lado é muito
bom, que é... Mentira, às vezes não é. Eu sou assim (mais um cliché, mas é assim mesmo), sei que não
conseguiria ser diferente, mas... Há limites. Limites que consistem,
simplesmente, em saber que não somos perfeitos, que não podemos fazer sempre o
melhor – desde que tentemos procurá-lo -, saber que a vida “não acaba aqui” e
que o melhor de hoje pode não ser o melhor de amanhã. E, sobretudo, que temos
tempo. Temos de o ter.
E, dito tudo isto.... Estou a precisar de férias.
Está quase. E sim, às vezes penso “vou largar tudo e vender águas de coco na
praia”.
Teresa