Foram
várias as vezes em que já aqui disse, no blog, que, na minha opinião, cada
caso é um caso. Pela simples razão de que cada pessoa é uma pessoa.
Esta afirmação aplica-se em variados contextos da vida em geral e, aqui em
particular, no que diz respeito à saúde mental. Escrevi-o, por exemplo, quando
falei dos meus ataques de pânico (aqui).
Lembrei-me
que, para ilustrar isto mesmo, nada melhor do que o meu caso e o caso da
Rita, em comparação um com o outro. Parece-me perfeito para exemplificar
que, apesar das semelhanças inequívocas, ambas temos particularidades só
nossas, características da fase marada de cada uma.
Escrevemos
aqui
e aqui
sobre a forma incrível como nos conhecemos - é evidente que foram essas tais
semelhanças que fizeram com que os nossos caminhos se cruzassem. Passámos, as
duas, por fases maradas com uma origem parecida, com características
parecidas.
Porém,
ao longo do tempo, com o passar dos meses, com a evolução (positiva!) das
nossas histórias e, também, com o crescendo da nossa amizade, fomo-nos
apercebendo das diferenças que também existem e que, sem dúvida, também
nos ajudam a ajudar-nos mutuamente, a partilhar histórias e experiências.
Lembro-me, agora, de algumas que julgo fazer sentido partilhar:
- Enquanto a Rita se entende perfeitamente com o psiquiatra dela, se sente segura e confiante, a mim foi a psicoterapia que me salvou.
- Apesar de termos tomado o mesmo antidepressivo durante uns tempos, a Rita teve de o trocar por ter feito uma reação adversa. Pelo contrário, eu dei-me bem com ele.
- À Rita, o “comprimido da noite” tira-lhe o apetite. A mim, dá-me ataques de fome.
- A Rita conseguiu trabalhar sempre, mesmo no auge da fase marada. Já eu, estive um mês e meio de baixa.
- A Rita conseguiu deixar de fumar durante a fase marada e reduzir drasticamente o consumo de cafés. Eu, nem pensar.
- Pelo contrário, a Rita não teve medo de beber um copo de álcool de vez em quando, por saber que não fazia mal (como, aliás, toda a gente - médicos incluídos - dizia!). Eu, cortei radicalmente nas bebidas alcóolicas.
E
por aí fora. Todos estes exemplos são apenas isso: exemplos, os nossos
exemplos, e, por isso, os mais reais que podemos partilhar. Simplesmente para
reforçar a ideia que já foi expressada várias vezes: não somos todos iguais.
Nunca. Não precisamos todos de seguir o mesmo caminho para nos sentirmos
melhor. Existe uma infinidade de caminhos. E cada um poderá, seguramente,
encontrar o seu. Que não tem de ser igual ao de mais ninguém.
Nas
palavras da Rita, "todas essas diferenças na forma como lidamos com o
problema mostram que são vários os caminhos que podemos tomar, não temos que
fazer o que os outros fazem, temos que fazer o que nos faz sentir melhor para
obtermos o tão desejado resultado final". E eu não tenho mais nada a
acrescentar. :)
Teresa
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